quinta-feira, outubro 18, 2007

Cabeça de vento, ao vento!


Não sei se trabalho demais, se me preocupo com a vida, ou se sou simplesmente avoada. A questão é que divirto a mim mesma e ao meu marido, que chora de rir com minhas maluquices.

Na maioria dos dias da semana usamos nossa moto como meio de transporte para chegarmos ao nosso escritório. Pois bem, dia desses, depois de uma longa jornada de trabalho mental, decidimos que era hora de rumar para casa, alimentar os filhos de quatro patas, nos alimentar e descansar.

Desligamos os computadores, apagamos as luzes, trancamos a porta, subimos na moto e pegamos o caminho da roça. Porém, quando já estávamos a uma quadra de distância do escritório percebi que algo estava errado. Tinha muito vento a bater em meu rosto. Foi então que um riso frenético tomou conta de mim: eu estava sem capacete!

O problema não era ter esquecido o acessório indispensável. O problema foi dar conta do esquecimento apenas depois de andar alguns quilômetros com a cabeça ao vento.

Pedi que ele parasse e quando percebeu o porquê ele não sabia se ria ou se pedia minha interdição!

quinta-feira, setembro 27, 2007

Consultório médico

Tenho nove gatos e uma cachorra. E nenhum filho humano. Isto significa que freqüento consultórios veterinários em detrimento de pediatras. Mas terça-feira me peguei em uma situação hilária.

Katarina e Dulcinéia, minhas gatinhas de seis meses de idade, foram castradas há uma semana e era chegada a hora de retirar os ponto. Saímos mais cedo do trabalho para cumprir esta tarefa de “pais”.

Quando chegamos ao consultório do veterinário percebemos uma certa movimentação. O local, que normalmente está tranqüilo, estava cheio. Motivo: o veterinário fazia uma cirurgia de emergência em uma gata engasgada com espinha de peixe. Definitivamente não se faz mais gatos como antigamente!

A única coisa que podíamos fazer era esperar. E foi o que fizemos. Porém, em dado momento, me vi sentada na sala de espera papeando alegremente com mais três proprietárias de animais: a dona do Fred, um poodle simpático, a dona da gata engasgada e a dona de dois gatinhos machos a serem castrados.

O mais engraçado, na verdade, foi perceber a cena que acontecia. Exatamente como acontece com as mães que levam seus filhos ao pediatra. Elas se unem e o papo gira em torno das crianças e suas variações. E, no fim, ninguém lembra o nome da mãe de ninguém, mas lembra o nome da meninada.

E lá estava eu, na falta de filhos bípedes, falando dos meus bichanos, trocando experiências felinas e caninas, abominando os matadores de animais e os veterinários mutiladores, junto das outras “mães”. E, no fim, seu só lembrava o nome dos bichos.

É tão bom ser tia...


No final de semana passado eu e maridão recebemos a visita ilustre de Manuela, nossa querida sobrinha. Na verdade, Manu é filha da Cíntia – minha cunhada –, irmã do Cris; logo tio mesmo é ele. Mas e daí? Eu não ligo nem um pouco, porque eu me sinto muito tia dela e ponto final, oras bolas.

A trupe chegou já na sexta à noite e Manu dormia serena no carro, mas não demorou muito para ela acordar e começar a correr pela casa atrás dos gatos. Até a Branca, minha cachorra gigante, ganhou sua atenção. Manu mandava ela parar de latir!

Cada gato que ela via perguntava o nome e, ao seu modo, repetia. Assim minha tropa felina se transformou em Pió (Filó), Benê, Juju, Dodô, Pompom e Tão (Vitão). Salém ela desistiu de chamar, pois não entendia muito bem esse nome, então, ela ia até ele e mandava ele acordar, porque Salém só sabia dormir.

E a praia? Como Manu adora praia, por ela não sairíamos de lá – e por mim também. A diversão do sábado e do domingo, pela manhã foi brincar na piscina improvisada. À tarde, ela corria pela casa a chamar os bichos e a me chamar. Era só sumir por uns minutos que eu ouvia Luuuuuu. Que delícia, nunca pensei que isso fosse tão bom.

No sábado à noite a levamos ao parque e titio Cris encarou com a sobrinha desde Carrossel, Centopéia até o brinquedo da Xícara. E ele se divertiu mais que ela. O passeio em seguida pela feira de artesanato rendeu uma bolsinha de boneca e uma minhoca rosa, que Manu não desgrudou um segundo.

A garota é tão simpática e divertida que fez até amizade com as filhas da vizinha e logo estava ganhando sorvete, pulseirinha, ursinho, colo. A brincadeira rolou solta.

Resumindo: passei o final de semana ouvindo Luuuuuu, correndo para lá e para cá, ganhando e dando beijinhos, ouvindo muita Xuxa, sorrindo adoidado e carregando a Manu no colo feito canguru.

Depois de toda esta malhação só posso dizer que ser tia é bom demais e que já estou morrendo de saudade da Manu!

segunda-feira, setembro 24, 2007

É chegada a Primavera


Esta é a época do florescer, do renascer, do recomeçar. Uma agradável sensação de vida começa a despontar dentro do peito, após os frios e escuros meses de inverno. É chagada a hora de abrir as janelas, sacodir a poeira e nascer de novo. A vida se descobre mais flexível e com todo o seu esplendor busca o equilíbrio.


Assim como os chapéus-de-sol da foto, que começam a ganhar nova roupagem com o brotar de suas verdes folhas, eu também inicio minha transmutação. É hora de jogar fora o velho e abrir espaço para novo, receber as energias do sol e crescer com força e coragem.


É na primavera que completo sempre mais um ano de vida e é na época das flores que sinto o poder do recomeço. Assim como a natureza, também preciso do meu tempo no casulo, para então, no meu novo ano, renascer!


P.S.: Estas são as árvores que me conhecem desde menina, para quem conto meus segredos, sonhos e desejos. Foram elas que enxugaram minhas lágrimas de tristeza e me deram forças para seguir, exatamente aqui, onde eu sempre quis estar.

sexta-feira, setembro 21, 2007

Informe-se e não reclame sem fundamento

Eu acho o fim da picada (quem será que inventou este termo???) gente que reclama de graça, sem motivo. Sério, isso me deixa nos nervos.

Meu escritório é ao lado de uma sede do Procon, em uma vilinha de escritórios. Quem vai até o órgão inevitavelmente passa por minha porta. E eu escuto cada reclamação absurda e infundada, que um dia sou capaz de sair na porta, chamar o fulano e passar um corretivo. Já estou chegando a este ponto.

Tudo isso porque a pessoa vem até o Procon e lê que o atendimento é só de segunda à quinta feira, das 13hs30 às 17hs30. Por que não passa pela cabeça do infeliz a brilhante idéia de perguntar o motivo do horário ao invés de sair chamando gente que rala de vagabundo?

As pessoas têm uma mania imbecil de falar que órgão público não funciona, que o país é uma porcaria, que funcionário público é vagabundo. Sim, tem muita coisa errada. Sim, muita coisa tem que melhorar. E sim, também, muitos órgãos e funcionários públicos deixam a desejar – e muito. Mas nunca se deve generalizar.

Está parecendo o locutor da rádio local, da cidade em que moro. Ele não passa um só dia sequer sem falar que o Brasil é uma palhaçada, que certas coisas só acontecem aqui, que isso aqui não tem mais jeito. O cara me tira do sério, tanto que nem vou mais ouvir a rádio para não estragar meu café da manhã.

Se o Brasil é o horror dos horrores, mexe a bunda, vai morar em outro lugar ao invés de falar, falar e falar. Sabe por que isso tudo me irrita? Porque é tudo gente que não move uma palha para que o país melhore; é gente que não pensa, não avalia e não se informa.

Em tempo: o Procon só atende os munícipes naqueles dias e horários porque todas as manhãs têm audiência para resolver as pendengas dos reclamantes e na sexta-feira, durante todo o dia, também. E as moças estão na lida diariamente desde às 8hs. Se ao invés de reclamar a pessoa procurasse se informar teria orgulho do órgão.

Nunca mais faço isso!

Sou uma pessoa extremamente ansiosa e crio expectativas para tudo, tudo mesmo. Ok, sei que isso não é característica melhor de alguém e o marido psicólogo puxa a orelha o tempo todo. Mas eu sou assim, oras!

Acontece que também sou apaixonada por Maria Rita e sua voz espetacular. E tenho uma amiga viciada em tecnologia e as facilidades que ela pode proporcionar. Ela manda muito bem no quesito e ensinou truques fantásticos ao meu maridão, que ficou um “expert” no ofício de ver e ouvir coisas pela rede mundial.

A esta altura você já está achando que fiquei maluca, pois misturei tudo quanto foi assunto. Calma, amigo, eu explico. Junta a minha ansiedade com a paixão pela Maria Rita e os truques passados de amiga para maridão. O resultado é...tantantan...ouvi o CD da Maria Rita, Samba Meu, antes de tê-lo. E isso foi horrível.

Depois de devorar suas canções com meus ouvidos um terrível vazio se abateu sobre mim. Cíntia, a esta altura da frase, deve estar rindo de mim. Mas eu sou daquelas que gosta de ver, sentir, pegar, namorar, apreciar, ver e rever a caixinha, a foto, o encarte, abraçar, cheirar, guardar. E não fiz isso desta vez.

Deste que iniciou sua carreira, coincidentemente, os trabalhos de Maria Rita são lançados próximo ao meu aniversário. O primeiro CD ganhei na mais pura surpresa e ingenuidade do meu marido, junto com o ingresso do show, como presente de aniversário. Logo em seguida fui ao lançamento do DVD e angariei meu autógrafo. Embora pudesse parecer previsível, ganhei o Segundo em meu aniversário do ano retrasado e nem desconfiei que isso aconteceria e foi fabuloso.

Este ano já havia avisado que não queria Samba Meu no dia do meu nascimento, porque ia perder a graça. Mas liberei maridão para fazer uma surpresa em um dia qualquer. Mas o bichinho do tsé-tsé me pegou e eu ouvi todas as músicas. Perdeu a graça. Não consigo nem tecer opinião sobre o trabalho tamanha a frustração com meu ato. O problema é que não tem graça ouvir sem ver, sem pegar, sem namorar.

Prometi a mim mesma que nunca mais faço isso. Sou das antigas sim, preciso dos meus rituais. Afinal, não existe magia e encanto quando se abandonam os rituais.

quinta-feira, setembro 20, 2007

Por um triz

Eu quase abandonei a faculdade de jornalismo ao final do primeiro ano. E, na verdade, só continuei o curso porque meu lado esquerdo do cérebro tomou partido.

Lembrei disso esta manhã, enquanto tomava café e ouvia a rádio local. Estavam falando sobre o grupo de teatro da cidade e logo disparei a frase para o meu marido: “Sabia que quase sai da faculdade para fazer teatro?”

Ele, que tomava seu café preto calmamente, só conseguiu olhar com espanto e dizer: “Ah é?”. Pois é, sempre fui um ser meio aparecido, daquele que quer estar em todas as fotos, fazer as melhores poses, ser o mais reconhecido. Desde pequena eu queria ser modelo; mas a altura não permitiu. Tentei a fotografia ao invés das passarelas, mas meus pais não tinham paciência para estas coisas.

Comecei cedo a dançar. Fiz balé e Ginástica Rítmica e estar no palco era o que eu mais amava. Participar dos campeonatos de GR também era fenomenal. Eu unia tudo o que mais amava: dançar, expressar e aparecer. Vai dizer que não é o máximo todos te olhando receber uma medalha, pela qual lutou tanto?

Enfim, eu tinha descoberto minha vocação. Na hora do vestibular não havia mais dúvidas – embora para chegar até a decisão eu tenha percorrido longos dias decidindo se fazia arquitetura ou física – e a escolha era certa: Educação Física. Eu seria uma excepcional técnica de GR.

Selecionei apenas as faculdades que possuíam a modalidade como matéria obrigatória e fui em frente. Passei em todas. Na hora da matrícula, recuei. Eu teria aula de anatomia, com peças de seres humanos. Por peças entenda membros, pois só quem faz medicina pode estudar o cadáver inteiro.

Não sei o que é pior: ter um morto estirado numa mesa e abri-lo ou ter que estudar ora o braço, ora a perna. Para mim era demais. Mesmo assim eu tentei. Fui visitar os laboratórios e quase morri do coração. Era demais para mim.

Uma das faculdades dava a chance do aprovado reoptar por outro curso. Pensei na tal arquitetura, mas eu estaria em defasagem, porque não tinha nota da prova específica. A vida inteira meus professores falaram que eu levava jeito para a escrita. Então, segui o palpite dos mestres e fui fazer Jornalismo.

Ao final do primeiro ano surtei. Eu queria ser famosa. Cheguei a procurar por cursos de teatro profissionalizantes, de uma galera tarimbada pela Globo. Mas como assim eu não teria um diploma? O lado caretinha falou mais alto e eu continuei o curso.

Ainda bem! Descobri que eu amo escrever, que posso viver das minhas próprias frases, do encontro das minhas palavras. E hoje vivo assim: a escrever pequenas e singelas histórias, debaixo do coqueiro, olhando o mar.

Mas confesso: ainda carrego a frustração de uma aula de anatomia ter sido a pedra no caminho da minha amada e idealizada vocação - a Ginástica Rítmica.


quinta-feira, setembro 06, 2007

Redescobrir

Foto: Viviane Pelissari - fotógrafa sensível e impecável, amiga de todas as horas!

Tem gente que me faz sentir o melhor e o pior de mim. E isso é fantástico.

Sou sensível às artes, ao criativo, ao humano, ao sentimento.

São artistas que fazem com que eu me lembre quem eu quero ou não quero ser. São gentes que me fazem sonhar, que me fazem lembrar, que me fazem chorar, nascer e morrer para mim mesma.

Na verdade o que eu queria mesmo era me redescobrir. Redescobrir uma exímia tecedora de palavras, que nas tramas do tempo poderia contar histórias deliciosas, ao pé de um fogão.

Minha vontade é imensa de cultivar minha Jabuticabeira, docemente presenteada por Dona Cinira, senhora da magia e do encanto, sábia e doce pessoa. Meu sonho era crescer entre plantas, aromas e bichos.

E então, lá ao pé da Jabuticabeira, escrever minha história: colhendo morangos e acariciando gatos.

Ah...como eu queria me redescobrir!


“Somos a semente, ato, mente e voz, magia
Não tenha medo, meu menino bobo, memória
Tudo principia na própria pessoa, beleza
Vai como a criança que não teme o tempo, mistério
Amor se fazer é tão prazer que é como se fosse dor, magia”

Gonzaguinha


sexta-feira, agosto 24, 2007

Praia nas quatro estações do ano


Eu gostaria de entender o porquê das pessoas cismarem de que praia só é boa no calor. Não sei se pela minha facilidade em amar a praia em qualquer época do ano eu tenho uma enorme dificuldade em compreender o inverso.


Desde menina estou acostumada a freqüentar o mesmo lugar para o qual me mudei, há quase dois anos, nos meses de calor e frio. E olha que aqui faz frio de verdade no inverno. E chove, chove muito.


Mas eu aprendi a beleza disso tudo. Cada qual ao seu modo.

No calor a gente se estatela no sol, se lambuza de protetor, exibe a última moda em biquíni, experimenta todas as caipirinhas e batidas, se embebeda de água de coco e empanturra-se de açaí na tigela e sorvete.


Quando o frio bate na porta é hora de pegar aquela manta que espera o ano inteiro para ir à praia. Isso mesmo. A gente se enrola e fica olhando o luar, ao pé de uma fogueira, com a caneca de vinho quente na mão (ok, essa parte só foi possível ser incluídas depois que fizemos alguns aniversários).


E quando a chuva cai é hora de se embrulhar nas cobertas, convidar os amigos para assistir a um filme, jogar algum jogo bizarro inventado por nós e sentir o cheiro da terra molhada e das plantas perfumadas ao som da conversa da galera.


Isso tudo se fazia lá atrás, quando era menina e passava as férias por estas bandas em janeiro, julho e nos feriados prolongados. Os amigos todos cumpriam o mesmo ritual. Hoje, todos cresceram, cada qual tem sua responsabilidade, mas todos – sem exceção – ainda amam e freqüentam o mesmo lugar de outrora, cada qual no seu tempo disponível.


Eu, que era a pessoa mais reclusa daquela época (sim, poucos gostavam de mim e eu gostava de pouco – só dos melhores, claro! rs), confesso, via tudo de longe e imaginava fazer tudo isso com a turma. Mas nunca fui infeliz por isso. Pelo contrário, essa era minha marca registrada e assim fiz amizades de verdade, que guardo no peito até hoje.


Aliás, a praia já não tem sido a mesma desde setembro do ano passado, quando uma amiga querida e fundamental deixou nosso paraíso para trabalhar do outro lado do Atlântico. Os dias de sol, frio e chuva têm sido tristes como nunca foram.


O que aquece o coração é que ela volta. Na época das flores, daqui a duas primaveras.

P.S.: Após o fechamento desta edição eu soube que ela não volta na época das flores, mas o final ficou tão poético que não quis mudar.


P.P.S: Para os que querem saber, a Luana está trilhando um caminho profissional que ela merece, cheio de sucesso e conquistas e por isso eu apóio toda e qualquer decisão da minha amiga. A saudade é terrível, mas a gente entende.


P.P.P.S.: Mas ela não vai ficar sem dar o ar da graça muito tempo. Só que eu não vou estragar a surpresa da data, né?!

Ligação inexplicável


Minha mãe a conhece desde que tinha 4 anos de idade. Eu a conheço desde que nasci. Foi ela quem escolheu meu nome: Luciana, porque significa “luz do mundo”. Ela esteve ao meu lado em todos os momentos, e continua a ser assim, mesmo depois de eu ter apagado quase 27 velas e ter casado.


E é isso que faz nossa ligação ser tão inexplicável.


Esta pessoa tão maravilhosa é a minha segunda mãe: a minha madrinha. Aliás, costumo dizer aos meus pais que eles ainda me causarão um problema por conta da escolha dos meus padrinhos. Sim, porque se um dia eu decidir ter filhos, terei uma dor de cabeça imensa para escolher quem cuidará dos meus filhos na minha ausência (esta é a função primeira dos padrinhos), afinal, vou querer, no mínimo, pessoas iguais aos meus padrinhos. E posso garantir que eles foram e são MA-RA-VI-LHO-SOS.


Enfim, enquanto este dia não chega, vou contar sobre ela. Rosa é uma mulher de fibra, guerreira. Quem a vê, num primeiro olhar, só percebe sua elegância e classe e nem desconfia que por trás daquele sorriso delicioso existe uma leoa.


Sofremos juntas a perda de meu padrinho. Cada uma da sua forma e com sua dor, mas juntas. Ela enfrentou desafios imensos para vencer sozinha sem aquele que sempre foi seu braço direito. E venceu. Com classe, elegância e aquele sorriso.


E eu também venci todas as más línguas que disseram que ela me abandonaria. Afinal, ele era tio da minha mãe (irmão do meu avô), ela era só a esposa. Por que, então, haveria de se importar com a menina – eu – que nem tinha o seu sangue?

Sangue. Quem precisa disso quando existe amor? Nós não precisamos!


Já faz 15 anos que eles nos deixou. E durante todo o este tempo sempre estivemos juntas, talvez até mais unidas, pois agora não sou mais criança e, além de mãe, ela pode ser minha amiga.


E é assim que seguimos: uma saudade apertada quando estamos distantes, uma alegria imensa o tempo que passamos juntas, um abraço apertado e uma vontade infinita de não nos desgrudar. E isso é tão bom!


Na noite de sábado para domingo sonhei com ela. Acordei com a sensação do abraço que nos demos no sonho. E foi tão bom...


Tentei falar com ela, mas não a achei em casa. Esta noite voltei a sonhar. E ela estava tão feliz. Pude acordar com o som da sua risada e a sensação real daquela felicidade. Telefonei novamente. Desta vez a encontrei. E não é que realmente estava feliz? Muito feliz!


Pois é. Esta é a nossa ligação inexplicável. A deliciosa ligação de uma mãe e uma filha, que embora não estejam ligadas pelo sangue, estão ligadas por algo maior: a alma!


Amo você, madrinha.

Eu torci contra!

Minhas amigas acharão que surtei. Pedirão imediatamente minha interdição. Tudo isso por causa do que agora irei declarar: eu torci contra o conjunto brasileiro de G.R, no Pan 2007. Pronto, falei!


Os mais distantes vão me criticar. Dirão que sou bairrista, corporativista, preconceituosa ou seja lá o que se parecer com isso. Tudo isso porque direi o motivo da torcida contra: a saída obrigada da antiga técnica da seleção brasileira, Bárbara Laffranchi.


O que mais me doeu o coração, ao torcer contra, foi o fato de que, se minha torcida se concretizasse, quem sofreria mais seriam as meninas, que amam tanto o que fazem e se dedicam todos os dias, horas a fio ao treino.


Mas tudo isso é política. E na política, sofre os patamares mais baixos na hierarquia. Neste caso, se a derrota fosse possível, atingiria com força maior as atletas, que nada têm a ver com a podridão da política.


Bárbara Laffranchi transformou a G.R brasileira no que é hoje, com muita luta, muita dedicação, muita sincronia com suas meninas, muito amor e imenso apoio familiar. Isso mesmo. Se a G.R brasileira, o conjunto mais propriamente dito, tem todo este espaço e glória hoje é porque Bárbara e sua família suaram muito a camisa e investiram muito dinheiro. Sim, porque se dependesse da Confederação seria melhor mudar de assunto.


No entanto, a política falou mais alto. E não adiantou todo o movimento, político até, contra. A Confederação manteve a decisão e colocou quem mesmo para treinar a seleção? Ah, não conheço direito.


Eu queria tanto que elas perdessem e isso pudesse mostrar o erro que foi cometido. Mas não perderam. Sabe por quê? Porque as meninas foram e fizeram aquilo que haviam se proposto: executaram perfeitamente a série. Só!


Espanto? Eu explico: a série era mediana, mas os outros países competidores conseguiram ter séries piores e com erros de execução. Nem Cuba, o grande fantasma, tinha uma boa coreografia. Canadá, por sua vez, eu achei a série mil vezes melhor elaborada que a do Brasil, inclusive música e roupa. Mas as meninas cometeram erros.


Agora, também não podemos deixar de lado o fato de que estávamos em casa. Como a “seleção bicampeã Pan-americana” perderia em casa? E não perdeu. E arrisco: não perderia de jeito algum!


Mas esta seleção não é tricampeã. É apenas campeã; uma medíocre campeã, que, infelizmente, será esmagada nos mundiais e Olimpíadas da vida. E o conjunto brasileiro voltará ao limbo do qual Bárbara Laffranchi, junto com suas competentíssimas meninas, o tirou com tanto esforço.


Por enquanto, parabenizo o esforço das meninas, que trabalham duramente todos os dias e não têm nada a ver com política. Essa medalha é só delas e de mais ninguém!


P.S.: Diferente do que muitos podem pensar, não sou contra renovação. Sou contra renovação forçada por egos e política mal feita. Sou contra renovação que troca uma equipe por outra com nível muito inferior. Do jeito que estamos não há chance em competições maiores, com maior número de rivais e com nível técnico altíssimo.


P.P.S.: Cá entre nós para quem já se apresentou ao som de Aquarela do Brasil, Asa Branca e outras tantas músicas mais inteligentes, com mais raiz, em que som, coreografia e roupa estão em perfeita sincronia, acabar com um misto de 3 músicas de Daniela Mercuri, porque a técnica a quer homenagear dizendo que ela é a cara da mulher brasileira...Preciso dizer mais?????

Nem tudo é simples assim...


Simplificar a vida é uma das coisas que eu sempre quis. Desistir daquele lance de complicar tudo, encanar com tudo, imaginar o que os outros vão pensar ou dizer. Ser leve era meu objetivo. Mas a vida tem algumas características pesadas das quais ainda não consegui me livrar.


Admiro as pessoas que encaram a morte como algo natural e necessário. Que são leves quando alguém querido se vai. Eu ainda não consigo. Até outro dia eu só havia perdido um alguém que realmente fez um buraco no meu peito: meu padrinho. E daquele dia em diante eu peço para não passar mais por isso, porque a dor é insana.


Mas a vida não quis assim. Muitos, ao lerem, me chamarão de louca, porém, só quem tem um bichinho de estimação e o ama profundamente vai me entender.


Um ano antes de me casar, estava a caminho do trabalho quando encontrei três gatinhos, com menos de um mês de vida, abandonados em uma praça. Era feriado, chovia e fazia frio. Resisti e segui meu caminho. Mas a cena apertou meu coração o dia todo. Quando voltei do trabalho os bichinhos ainda estavam ali e pior: com a saída de crianças da escola, estavam sendo maltratados.


Corri em casa e com minha grande cúmplice, minha irmã, resgatei os pobrezinhos. Levamos para casa, demos banho, tiramos as pulgas uma a uma com pente fino e medicamos com Vitamina C (sempre orientadas pela querida médica veterinária Mônica Cuono).


Foi assim que Nina entrou na minha vida.


A idéia era eu levar os três gatos para minha futura casa, após o casamento. No entanto, durante a passagem do tempo, doei os outros dois gatinhos.

E só Nina permaneceu.


Nossa amizade era enorme. Ela me entendia e eu a entendia. Quando estava triste e sozinha era com ela que conversava, e quando estava alegre também.


Nina era uma guerreira. Pulou duas vezes da janela do meu apartamento - 6º andar – e não se fez nenhum arranhão. Na verdade, acho que ela era uma exímia praticante de queda livre!


Um ano antes de nos mudarmos para a praia ela passou a ter sérias convulsões. O exame indicou PIF Felina (peritonite). Essa doença, que atinge humanos e animais, só é fatal e terrível nos gatos. Quando recebi o diagnóstico e a previsão de menos do que um ano de vida, meu mundo caiu.


Se eu amava Nina, passei a amar mais; se eu cuidava bem dela, passei a cuidar mais; se eu conversava ou a acariciava, passei a fazer muito mais e a pedir para o Universo, para a Natureza, os Deuses e as Deusas que não a deixassem sofrer. E eles não deixaram.


Viemos para a praia e ela nunca mais convulsionou. Entrou no cio e engravidou. No entanto, pouco antes da data de nascerem os filhotes morreram. Nina entrou às pressas em cirurgia, retirou os filhotes e foi castrada. O resultado: o médico não viu nenhum sinal de PIF. Eu estava feliz.


Mas Nina foi operada logo na semana seguinte, pois alguns pontos internos se soltaram. E bravamente ela resistiu, sem nenhum arranhão. Isso aconteceu em outubro, no meu aniversário.


Nina sempre foi guerreira.


Nestas estripulias felinas acho que suas sete vidas se foram e, de forma ridícula, Nina também se foi. Atropelada, Nina deixou meu mundo e foi ser mais feliz. Eu fiquei e mais uma vez o rombo no peito se abriu. Jamais imaginei que isso pudesse acontecer.


Tenho mais nove gatos, mas o espaço da Nina era só dela. Só ela tomava café ao meu lado todas as manhãs, só ela não gostava de tomar leite com a turma, só ela me atrapalhava na hora de guardar as roupas passadas ao tentar entrar no guarda-roupa e gavetas, só ela gostava de deitar no pé da minha cama. Só ela!


É difícil entrar em casa e sentir sua ausência. É muito difícil.


E isso me faz perceber que nem tudo é simples assim...

Opa, tem alguma coisa diferente aí...

De repente reparei que estou mudando. Sim, posso usar o gerúndio, visto que estou no meio do processo. Até entendo que, depois da decisão de sair da cidade da garoa e de sua concretização, muita coisa seria diferente. Mas o lance é interno.


Sabe como reparei da minha mudança? Toda vez que eu escrevia a alguém e assinava com meu apelido – Lu – eu o acentuava. Eu estou careca de saber que oxítona termidada em U não leva acento, mas eu fazia questão de colocar o senhor agudo lá. Achava que era charme, exclusividade minha. Até minha assinatura oficial era assim.


Porém, de repente, percebi que eu não estava mais acentuando o diacho do apelido. O porque não me pergunte. Sei que bons psicólogos diriam que isto é sinal de mudança. Pode ser de conceitos, de filosofia de vida, de objetivos, de crenças, enfim, de muitas coisas. E eu acredito nestes carinhas que estudam cinco anos a fio.


Quando eu descobrir o que realmente está mudando em mim prometo que conto. Tenho certeza de que será para melhor.


Agora, sou Lu, simples assim!

Feiras livres


Que saudade absurda tenho da feira que acontecia todo o sábado, duas ruas acima da que eu morava. Será que alguém já teve saudade disso? Pois eu tenho. Minha relação com feira é profunda desde que eu era pequena.


Quando criança costumava passear com meu avô entre as barracas de frutas, verduras, legumes e até as de peixes e carnes. Confesso que das últimas eu gostava menos, devido ao odor desagradável. Mas era uma aventura percorrer aquele longo corredor cheio de cores e aromas.


Meu avô conhecia todo mundo: do verdureiro à senhorinha que fazia compras numa determinada banca. Morador da Mooca desde nascença, filho de italianos só podia dar nisso. Falava com todos, fazia piada, ria e eu ganhava beliscões na bochecha. Não que esta parte fosse divertida, mas era encantador ver aquele monte de gente maior que eu divertindo-se no meio das bancas.


O passeio terminava na banca de pastel dos japoneses. Meu avô pedia um de carne e eu o de palmito, o meu preferido. É claro que o caldo de cana também não podia faltar. E foi assim que aprendi a escolher tomate, alface, maçã, pedir desculpa ao pisar no pé de alguém, cumprimentar os conhecidos, colocar a fofoca em dia, pechinchar, aproveitar a promoção para a criança ou a moça bonita, apreciar cor, aroma, formatos e rir, rir bastante.


A minha grata surpresa ao me casar foi descobrir que uma deliciosa feira passava duas ruas acima daquela que escolhemos para morar. Era uma feira enorme e cheia de produtos de qualidade. Todo o sábado eu e meu marido íamos fazer as compras lá. Tudo fresquinho. Nunca comi tão bem verduras, legumes e frutas quanto nos anos em que ali morei. Eu simplesmente me realizava indo à feira.


Quando decidimos transformar a vida em algo mais simples e fizemos as malas e partimos da grande metrópole não pensei que eu teria que me separar das feiras. Pois é, o golpe foi duro. Por estas bandas feira se resume a uma barraca com alface, cebola, tomate e maçã. E confesso: as cores e os aromas nem são tão fáceis de se perceber. Parece que feira livre é coisa só de paulistano. Que pena!


Hoje, faço estas compras no supermercado que, embora se esforce, não consegue chegar aos pés das feiras da minha infância, na Mooca, e nem do meu início de casada, na Aclimação.

Gatos: como é fácil parir!


Quem me conhece sabe que sou loucamente apaixonada por felinos. O começo desta longa história de amor eu conto outra hora. Vale, no entanto, saber que minha casa abriga oito destes charmosos companheiros. A trupe, de idades variadas, tamanhos e cores diversas, conta com três machos e cinco fêmeas. Em comum só o fato de serem todos sem raça definida.


Sou completamente a favor da castração por inúmeros motivos, embora minha primeira experiência com ela tenha sido traumática. Mas duas de minhas gatas não são castradas, confesso que por pura distração. Também por pura distração não percebi o cio de uma das minhas pequenas e só me dei conta do ocorrido quando ela não voltou para casa, principalmente na hora do jantar.


Dolores apareceu em casa no dia primeiro de janeiro de 2006. Um grupo de adolescentes sabidos encontrou a filhotinha e foi levá-la justamente na minha porta cheia de gatos, para ver se eu não queria adotar mais um. Naquela época, quatro felinos apenas faziam parte da família e eu estava desolada porque haviam surrupiado meu lindo gato preto. A hora não poderia ser melhor para os adolescentes. E assim Dolores tornou-se a sétima integrante da família, afinal, eu e meu marido também moramos na casa, embora muita gente duvide.


Gatinha pequena e magricela ela se transformou, mas sua voracidade pela comida nada representa seu porte físico. De todos os gatos, ela é a única que come qualquer coisa além da ração. Pode sugerir o que você quiser, tenho certeza que Dolores engoliria em segundos. Esperta, sabe a hora certinha do café-da-manhã, do almoço e do jantar, até aos finais de semana, em que nossos horários mudam completamente. E sempre está a postos, ao nosso lado, esperando o que ela vai ganhar.


Aquele dia ela não apareceu. Nem no outro. No meu desespero convoquei meio mundo para me ajudar a encontrá-la. Sorte é que era feriado e a rua estava cheia de gente, sim, porque em dias normais minha rua conta com quatro vizinhos.


Dolores foi achada em cima de um telhado, toda formosa, sendo disputada por dois gatões. Não podia estar melhor, mas prevendo o que viria a seguir tratei de tirá-la de lá. Ficou trancada no quarto até os “ânimos” abaixarem. Passou, mas ela já tinha feito a festa.


O resultado foi um parto tranqüilo, numa terça-feira de março, às 5hs30 da manhã. Dolores pariu nada menos que seis filhotes com uma sutileza e fresco inacreditáveis. Em sua caixa-maternidade ela se abrigou e soltou um miado diferente, depois ficou quieta. Dali um tempo outro miado e silêncio. Não agüentei e fui ver o que acontecia: já eram dois nascidos. Comecei a observar e percebi que ela miava quando o gatinho começava a sair e parava. Nascido ela limpava seu filho todinho, sem deixar vestígio de placenta ou qualquer coisa melequenta. E assim, a cada vinte minutos, nasceram os seis.


Filhotes espertos já sabiam onde e como mamar. A mãe sabida no mesmo dia já saiu para dar suas voltinhas, comer e ter sua rotina normal. Sabia exatamente quando tinha de voltar à caixa para alimentar seus pequenos, que nunca reclamavam. Hoje, com mais de um mês, a garota sabe fazer suas necessidades sozinha, na caixa de areia. Comer? A mãe entra mia, deita e todos já sabem o que significa.


Diga-me: parir assim não é fácil? Educar assim não é fácil? E sustentar, então? Se eu fosse uma gata viveria tendo filhos....

O barulho das lagartas



Eu estava no escritório, compenetrada, em meio às minhas anotações para uma matéria que deveria ser concluída, quando meu marido chega e diz:

- Você já ouviu o barulho que as lagartas fazem quando comem?

- Não – respondi com a cabeça enfurnada nos papéis.

- Então, vem ouvir!


Olhei para ele com aquela cara e disse carinhosamente:

- Amor, eu estou um pouquinho ocupada.


Mas, não teve jeito. Sorrindo, ele puxou a cadeira, pegou no meu braço e disse:

- Estas oportunidades são únicas. Eu, em 32 anos de vida, nunca tinha ouvido.


Então, passamos pela sala, entramos na varanda e fomos, de braços dados, andar pela rua com lanterna em punho, numa noite fria e eu cheia de coisas a terminar.


De repente ele pára próximo a um coqueiro. Como não temos praticamente nenhum vizinho, naquele ponto éramos só nós dois e nossos gatos, que nos seguiram.


O silêncio imperava e era possível ouvir um barulho sutil, porém, não tão baixo. Na verdade, parecia o som do roçar de uma folha na outra, por causa da brisa. Por isso, falei:

- Amor, esse barulho é do vento nas folhas!


Sem titubear, ele acende a lanterna, mira nas folhagens e diz:

- Tem certeza?


Qual não é o meu espanto ao ver inúmeras lagartas fazerem o banquete! Fiquei surpresa e maravilhada. Afinal, mesmo tendo escolhido morar no meio do mato há oito meses (escrevi este texto em um dos ensaios para o blog, no dia 03/07/2006), ainda não consegui apreciar, entender e escutar a natureza em que me inseri. Ainda carrego as loucuras do cotidiano estressado da vida na cidade grande.


Mas, meu querido companheiro parece já ter colocado seu coração e sua mente em sintonia com os seres da terra, da água e do ar.


A curta caminhada de volta para casa mereceu uma história, dos tempos de criança, quando ele queimou o braço em uma taturana. Quando me entregou de volta à minha cadeira e aos meus afazeres a única coisa que eu pude fazer foi agradecer por aquele momento mágico.


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Agradecimentos

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Quero agradecer, de coração, a todos que prestigiram o começo de uma nova empreitada. Obrigada pelo apoio, pelo carinho e pelos comentários. Estão convidados a voltarem sempre e a trazerem os amigos. Um beijo para todos!

quinta-feira, agosto 23, 2007

E tudo começa aqui!

Há tempo que acalento o desejo de ter um blog. Já fiz algumas tentativas exclusivamente privadas, mas acabava por não levar o projeto adiante. Motivo: medo da exposição, do roubo de meus pensamentos, da opinião das pessoas, enfim, falta de coragem. Mas agora tudo mudou. E munida de incentivo vou colocar meus loucos devaneios à disposição de quem tiver paciência de lê-los.

No entanto, acredito ser necessária uma breve apresentação. Pois bem. Sou Luciana Maria, sim, porque o Luciana não existiria sem o Maria e vice e versa e porque a força de um completa a energia do outro. Nascida na primavera, sob as influências das dúvidas de Libra e os devaneios de Aquário e amparada pela Lua, me tornei o que sou: uma jovem e apaixonada jornalista, que se embrenha nas letras - até nas horas vagas - e sonha escrever uma grande história.

Inquieta por conhecer um mundo além daquele cinza da grande cidade, parti. Fiz as malas junto do meu companheiro de vida, de história, de batalha e de amor e nos mudamos para o litoral. Ali, encontramos morada numa simpática casinha, próxima ao mar, erguida por um casal que faz parte de mim, com muito amor, repleta de energia, cheia de vida e de histórias.

Nesta casa, tenho a proteção daquele que fez parte de momentos mágicos da minha vida e que, hoje, me guarda lá de cima. Agora, eu e meu companheiro escrevemos uma nova história, simples assim.

Aqui, meus amigos, tentarei passar a magia de uma vida diferente: perto do mar, das estrelas, dos vizinhos, dos animais, sim, muitos animais. E quem sabe, onde quer que você esteja, também consiga ter uma nova visão daquilo que vive. Simplificar as coisas é um bom caminho para a felicidade.

Mas não se espantem quando lerem momentos típicos de cidade grande, afinal, foram 24 anos vividos na loucura deliciosa de São Paulo. Além do mais, ainda não vivo dos meus próprios tomates. Portanto, tenho que trabalhar como todo o mundo e lutar pelo meu pão, que um dia há de ser integral - sem ser sem graça - e feito por mim, se os ingredientes permitirem.

Leiam, releiam, comentem e aproveitem das simples histórias que serão contadas aqui de segunda a sexta-feira, porque o final de semana é dedicado ao sol, ao mar e aos bichos. E não se espatem com a quantidade de gatos, eles aparecem aos montes em minha vida. E isso é fascinante!