quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Você pensa na morte?

Foto: Maria Avelino

Andei pensando na morte. Não por opção, mas por necessidade. Eu sei, o tema parece fúnebre, mas não é. Na verdade, me soa estranho.

Decidi que este vai ser o ano de exterminar todas as minhas dívidas. Começar a poupar. E rumar para a realização de simples desejos que são constantemente adiados devido à bagunça financeira. Para conseguir o feito, pedi ajuda extra e entrei no programa Your Life, do consultor Gustavo Cerbasi.

Depois das etapas cumpridas, comecei a receber as orientações do que seria mais indicado para o meu perfil. E foi aí que tive de pensar na morte. Na minha morte. E o que mais me perturbava é que eu achava que não se deve pensar na sua própria morte, não aos 28 anos de idade!

Mas é preciso. Em alguns casos, assim como o meu. Tive de pensar que se eu morresse hoje – e isso é possível, por mais que eu seja saudável, afinal, fatalidades acontecem – eu deixaria a pessoa que mais amo desamparada.

E por mais que amigos estão aí para isso. E familiares também. Nosso lema sempre foi fazermos o que precisasse, por nós mesmos. E me magoaria muito ver que o meu parceiro de vida, luta e objetivo estaria dependendo dos outros (mesmo que os outros fossem pai e mãe) para seguir adiante.

E foi assim que pensei na minha morte. E imaginei o cenário que se desdobraria. E sofri. E decidi: fiz um seguro de vida! Enquanto ele continua a achar que sou maluca.

Será que eu sou maluca mesmo? Por algum motivo você já pensou na sua morte?

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Suíte


População faz protesto em frente a Prefeitura de Nova Friburgo

O jargão jornalístico suíte origina do termo em francês suite, isto é, série, sequência. Em jornalismo, designa a reportagem que explora os desdobramentos de um fato que foi notícia na edição anterior.

Minha alma jornalística não poderia deixá-los sem informação do que aconteceu com o secretário da Prefeitura de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, depois das declarações desastrosas que deu tentando justificar seu ato de crueldade. Ficou pior a emenda, que o soneto.

O jornal A Voz da Serra, cobriu o fato com boas reportagens. Quem quiser saber o início da história e a manifestação feita pelos friburguenses é só clicar aqui. O resultado pode ser conferido aqui.

O bom é que há esperança de ações dignas no mundo. A atitude do prefeito em acatar o pedido de exoneração do secretário municipal de Serviços Públicos, Marcelo Jaccoud, foi certeira para o bom andamento do seu mandato. O secretário foi esperto. Se não tomasse a iniciativa, talvez, tomassem por ele.

Eu gostaria de ter achado o vídeo ou áudio da entrevista com o ex-secretário, mas não consegui. Fica aqui a cobertura jornalística e o texto no post abaixo de Márcia Frazão.

É uma pena, porém, que existam pessoas que pensem assim como este senhor. Espero que ele nunca mais esteja em posição de poder tomar atitudes que afetem à população.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Espalhem a notícia!

Eu bem que gostaria de voltar a este espaço – depois de uma leve sumida – para contar como foi tomar frozen com minha querida amiga. Mas acabei de receber um texto, da querida Márcia Frazão, que preciso passar adiante e, além do recurso da minha lista de e-mails, vou me valer deste espaço em que sei que tenho um tantinho de crédito de algumas pessoas. 

Então, repasso o texto e a informação. E quem quiser que passe adiante, com total autorização de Márcia.

Quem Não Gosta de Cães e Bicho, Bom Sujeito Não É.

“Vitalina, do alto do seu pouco mais de um século de vida, dizia: Cuidado com quem não gosta de criança e cachorro. Foram precisos muitos anos para que eu constatasse tamanha verdade quando há poucos dias assisti, estarrecida, uma poderosa figura da Prefeitura de Nova Friburgo, cidade que escolhi para viver, defender de maneira grosseira ( por que será que prolifera tanto a má educação e a soberba entre a cúpula política? ) a MATANÇA de animais de rua.


Para justificar tamanha atrocidade o infeliz argumentou que "cachorro de rua é que nem criança negra: ninguém quer adotar". Na hora em que ele falou, com uma linha imperceptível de sarcasmo desenhada nos lábios, gelei até o fundo do fundinho da alma, pensando que já tinha visto esse argumento em algum lugar. "Primeiro eles matam os cães , depois, os miseráveis que encontrarem pelo caminho" vó Vitalina falou lá do canto do céu onde agora vive...


E como me aterroriza pensar que ela pode estar certa, escrevo este texto como testemunho de que na cidade de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, um infeliz secretário de uma secretaria que certamente deveria ser extinta e varrida do mapa, além de ter iniciado uma matança de animais, cruel, covarde e insana, insanamente deve andar com outras idéias na cabeça.
Como acredito que a
VOZ - a voz que tão bem definiu Chico Buarque numa música que agora me escapa o título - é o instrumento mais poderoso do que qualquer espada ou arma letal, peço que espalhe este texto e coloquemos a voz na boca do trombone contra o ato arbitrário e cruel que está acontecendo hoje, na cidade de Nova Friburgo.”

Márcia Frazão

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Tempo bom...

Em algum lugar, certa vez, eu vi esta frase, de Allophones Karr: “Algumas pessoas estão sempre resmungando porque as rosas têm espinhos. Eu sou grato porque os espinhos têm rosas.". E ela me fez pensar. Já estive por entre muitos espinhos e foi dentre eles que eu descobri a flor mais rara. 

Foi uma época sofrida. Eu trabalhava em um lugar dolorido, falso, insano, com pessoas na medida igual para tudo isso. Eu tinha medo de sair e não conseguir pagar o aluguel, no fim do mês, da recente vida de casada. E fui ficando.

Mas por mais que o ambiente e as pessoas fossem horríveis, existia Beatriz. Nossos horários pouco batiam. Nossa convivência – teoricamente – não durava nem duas horas diariamente. Mas a amizade floresceu. E ela foi o que de mais precioso ganhei do lugar mais terrível em que já estive.

Nossa amizade dura 7 anos. E cada dia se fortalece mais. Foi para a minha casa que ela correu quando injustamente foi despedida e ainda com a justificativa de que era por minha causa. A maldade não abalou nossa ligação. Foi no ombro dela que eu chorei as injustiças que me fizeram. E ela me viu casar. E almoçamos juntas inúmeras vezes. E rimos muito, com sua risada incomparável. E ela me viu mudar também. E nem a distância geográfica que hoje impede os almoços freqüentes, as tortas no fim de tarde, diminuem o nosso carinho.

E sabe do que eu tenho sentido falta? Daquele tempo bom, em que a gente pedia Frozen do America e ria e falava e ria mais um pouco. E há quem possa me perguntar: isso não era quando trabalhavam naquele lugar lá, em que te seguravam em plena sexta-feira até 20h – por pura maldade – e nunca te pagariam a hora extra? E eu responderei: Sim, mas quem disse que eu lembro do lugar? Na minha memória, só guardo o gosto do doce e o papo com a minha melhor amiga; a minha madrinha de alma.

Bia, vamos comer Frozen do America? Te encontro terça-feira! Saudade...

P.S.: O restaurante America está com um festival de Frozens...aproveitem!

P.P.S.: E você, qual tempo bom que você sente saudade?

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Deixe ir

Foto: Mário Hipólito

Não é fácil amadurecer. Eu acredito que, para que isso dê certo, é preciso ter uma alta dose de autoconhecimento. E isso se conquista diariamente. Sozinho, ou com a ajuda do psicólogo. A forma não importa. O que interesse é o resultado. 

Eu mesma acho que me conheço tão pouco. Precisando tanto me descobrir. Mas uma coisa eu sei: tem coisas que eu não quero deixar ir embora. O que não sei ao certo é o porquê disto. 

E não estou me referindo a pessoas queridas, momentos mágicos, objetos materiais. Nada disso. A grande neura da coisa é que me agarro a algo – ou alguém – que nem sempre me faz bem. Parece que tenho uma necessidade vital de provar que pode dar certo, que a inimizade – ou a antipatia – pode se transformar em amizade, simpatia, companheirismo. 

Eu preciso entender que nem todo mundo vai gostar de mim e que não é errado eu também não gostar de alguém. Cada um na sua, seguindo seu caminho. Sem que isso me traga angústia, ou frustração. 

Não sei se minha mente e meu coração entendem direito isso. Mas uma coisa eu sei: hoje vou deixar alguém ir. E vou seguir meu caminho. 

O que você precisa deixar ir?

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Obrigada por esperar!

Foto: Vítor Cid

Estou de volta. Depois de uma semana intensa de trabalho, o saldo foi:

- carinho de mãe e pai: comidinhas gostosas, beijos, abraços e muitas caronas;

- carinho de irmãos;

- carinho de amigos;

- novos amigos;

- muitooo trabalho;

- cabelo novo;

- e muita energia para o ano que começa!

Conto tudo isso em detalhes nos próximos dias, afinal, eu voltei e escreverei diariamente.