quarta-feira, dezembro 17, 2008

Boas lembranças...


Ah, eu ando numa coisa com a música italiana. Não sei se é a época, a saudade, ou a falta dele. Mas sei que os rumos do meu coração podem estar se acalmando.

Ao falar da música de Laura, semana atrás, a Márcia comentou sobre a música “Io Che Amo Solo Te” e isso me trouxe uma lembrança da infância. Enquanto eu lia as escritas de Márcia nos comentários lembrava que eu era alucinada pela música “Dio Come Ti Amo”, acho que associei porque ambas falam de amor.

Quando eu era pequena, fazia meu avô ficar cantando para mim repetidas vezes, enquanto o disco rodava na vitrola. Eu tentava acompanhá-lo no meu italiano enrolado e improvisado e na minha desafinação de criança. Ele se divertia.

O mais reconfortante foi relembrar este momento sem dor, apenas com saudade. Pude sentir como se estivesse novamente vivendo aquele momento. E isso foi mágico, não dolorido.

Vou deixar esta música deliciosa, junto com a minha lembrança, na voz de Gigliola Cinquetti. E você, qual música te traz lembrança boa da infância?

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Quando o espelho trai

Foto: Sílvia Antunes

Você se dá conta de que não tem mais 20 anos quando o seu médico pede um ultrassom de mama. Esta foi a conclusão que cheguei ao voltar da consulta ao ginecologista. 

Não que eu me ache velha ou coisa do tipo. Longe de mim estes dramas, aliás, acho importante ver a passagem do tempo, acho divino completar mais um ano de vida, sempre. 

Mas eu tenho um certo problema de percepção. Eu já havia comentado isso com o marido psicólogo. É que, às vezes, a Luciana que reflete no espelho não é a mesma que habita este corpo. E isso me confunde por vezes.

Tenho a sorte de parecer mais jovem do que sou. Muita gente, quando acaba de me conhecer, jura que tenho 18 anos, quando, na verdade, tenho 28. Isso é bom e costumo brincar com o desconhecido – que se envergonha pelo erro matemático – que não se avexe, porque se ao chegar aos 50 pensarem que tenho 40 será uma economia e tanto em plásticas...rs. 

A questão é que, às vezes, eu mesma me assusto. Tem horas que olho no espelho e aquela face não combina com os conhecimentos que adquiri, com as coisas que já vivi, os traumas que superei, as dificuldades que venci. Isso me incomoda. 

Quer sair da filosofia e ter exemplos práticos? Pois bem. São 10 anos de jornalismo e tem gente que não acredita. Outro: dou aula em uma universidade e há professores que estranham em me ver na sala dos professores, ou ainda estudantes de outras turmas que me confundem com aluna. E quando o segurança me pára no meio da manobra, no estacionamento dos professores, dizendo que não posso parar ali porque é vaga de docente? Argh! Sem comentários...

Acho bonito o corpo acompanhar a alma, a vida que foi vivida. Isto não significa que serei uma senhora pelancuda, deixo bem claro.

Mas também há os momentos em que, opa, como assim ultrassom de mama? Eu só tenho 20 anos!

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Cante, cante...


A música sempre fez parte da minha vida e foi muito freqüente na minha infância. Músicas italianas, nem preciso dizer. Claro que não eram as músicas pop de hoje. Mas, enfim, assim eu me apaixonei por este idioma.

Certa vez, quando fazia faculdade de jornalismo, fui a uma rádio para fazer uma entrevista de estágio. Enquanto a pessoa me apresentava o estúdio, tocava uma música italiana e a locutora soltou a pérola – não no ar, obviamente – “música italiana é por excelência brega”. Nem preciso dizer que o sangue me subiu, mas fiquei quieta, afinal, eu estava em busca de um emprego.

Coisas da vida. Estórias para contar. Brega ou não, o fato é que eu amo música italiana. E, por mais que eu seja louca pelas tradicionais melodias, não consigo deixar de gostar de músicas como Laura Pausini canta. Tudo bem, confesso: a-do-ro Laura...

E justamente esta que deixo aqui para ouvirem no final de semana tem tudo a ver comigo, com a minha alma musical e com a trilha sonora que imagino para os momentos da minha vida.

Porque eu canto, mesmo desafinadamente, canto. Canto alegre e forte, com a voz ao vento e com a alegria “de quem esperará por isto e aquilo que virá”.

E você, o que canta? Bom final de semana!

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Um dia meio assim...

Triste como o que não tem serventia,
o ódio cobrindo o dia
e a escuridão a o confortar.

Triste como quem se rende a companhia 
do amor que faz chorar.

Triste como o destino traçado, 
atrelado a um cenário
onde o esforço não tem lugar.

Triste como algo mal resolvido,
incerto e impreciso
na rotina a torturar.

Mas o mais triste é acreditar na vida,
no amor e na família
e ter de se questionar.

Poema: Conflito, de Mari Marinaro

Projeto Mil Casmurros

"Em particular animou-me a suportar tudo com paciência; no fim de um ano as coisas estariam mudadas, e um ano andava depressa. Não foi ainda a nossa despedida; esta fez-se na véspera, por um modo que pede capítulo especial. O que unicamente digo aqui é que, ao passo que nos prendíamos um ao outro, ela ia prendendo minha mãe, fez-se mais assídua e terna, vivia ao pé dela, com os olhos nela."

Pessoal, este é o Projeto Mil Casmurros, em que você escolhe o trecho do livro, grava e vai disseminando por aí pedaços da narrativa contada por várias pessoas. A dica foi da espertíssima Iêda, do Vida Bailarina.

Eu participei e achei o máximo. Que tal você também participar? 

É só acessar o site do projeto Mil Casmurros e seguir as instruções. Mas você precisará de webcam e microfone.

Depois me conta aqui o trecho escolhido que eu vou lá assistir sua interpretação.

O projeto surgiu para divulgar a minisérie Capitu, baseada no livro Dom Casmurro, de Machado de Assis, que será exibida de 9 a 13 de dezembro, na Rede Globo.