sexta-feira, setembro 26, 2008

Trabalhoooo

Pessoal, passei aqui correndo para dizer que não esqueci de vocês. Faz duas semanas que estou numa correria insana, cheia de trabalhos para entregar. No meio do caminho, aconteceu uma coisa super triste, que me deixou inerte por dois dias (depois conto aqui). Mas o trabalho intenso precisava de mim e fui obrigada a sacodir a poeira.

É isso aí, coisas boas acontecem pra quem as merece e pra quem aprende a seguir a vida de maneira leve, esquecendo quem te passou rasteiras.

Estou correndo neste momento. E volto semana que vem com gás total e absoluto.

Estejam aqui para as novidades. Porque só os meus leitores me importam...

sexta-feira, setembro 12, 2008

Apego?

Foto da minha sala, com a minha vista privilegiada...

Ontem, quando cheguei em casa do trabalho, comecei guardar a pequena compra feita no mercado e, instintivamente, liguei a televisão. Pela milésima vez – mas isso nem é tão tuim assim – a Warner reprisava episódio de Friends. E era justamente o último.

Parei para assistir. Já estava no fim e justamente a hora que decidi prestar atenção mesmo, foi quando a cena mostrava os amigos no apartamento de Mônica, vazio, comentando que todos haviam morado ali e o quanto foram felizes. Os cinco deixam suas chaves sobre um móvel. Mônica se emociona e diz que ela não imaginava o quanto aquilo seria difícil. Em seguida, eles saem do apartamento e a porta se fecha.

Isso me fez lembrar de algo que vivi e que ainda não assimilei por completo. Sempre quis sair de São Paulo, ter uma vida mais tranqüila, respirar ar puro. Quando eu e marido decidimos nos mudar para a praia (Caraguatatuba) a alegria invadiu meu coração e curtimos cada momento desta etapa. A pequena reforma na casa nova – aliás, isto ainda rende um outro post, quem sabe em seguida a este... –, os preparativos para a mudança, as burocracias. Até que chegou o grande dia.

O marido já estava na nova cidade há uma semana, porque foi preciso acelerar os pedreiros. E eu fiquei em Sampa, encarregada da mudança. A empresa que contratamos levou dois dias para encaixotar tudo. E meus pais estiveram ao meu lado o tempo todo.

Quando tudo estava encaixotado e guardado no caminhão, era hora de entregar as chaves. Pedi um segundo para minha mãe, para ficar sozinha e me despedir daquele espaço que não era meu, mas que eu amava imensamente e em que comecei de fato minha vida adulta. Assim como a personagem do seriado, eu nunca imaginei que seria tão difícil.

Chorei feito criança. E me perguntava se esta era a decisão correta. Ali ficamos por dois anos e meio. Iniciamos nossa vida a dois. Vivemos intensamente nosso espaço. E eu era extremamente feliz naquele lugar. Por mais que eu estivesse indo morar num lugar que também amo, fechar aquelas portas foi absurdamente difícil. Sinto saudade até hoje.

Será que isto é apego? Quando penso em ganhar na mega sena, as duas primeiras coisas que me vêem à cabeça para fazer com o dinheiro são: comprar aquele meu antigo apê (para eu me hospedar quando for a São Paulo) e comprar um terreno aqui onde moro, para poder ter espaço para plantar tudo o que mais gosto. Simples, não?

E você, tem saudade apertada de onde?

quarta-feira, setembro 10, 2008

Trauma???


Quando eu era pequena, minha mãe sempre me chamava de Lu ou Luca. Nos momentos mais especiais, ela me chamava de Mona (apelido que só ela me deu, porque eu não conseguia falar Mônica – do Maurício de Souza – e falava Mona e isso faz minha mãe lembrar da minha infância). Mas se o meu moral estivesse baixo, era Luciana. E se a coisa estivesse feia, era Luciana Maria. Aí eu sabia que era o fim, porque minha mãe é muito brava.

Aí acho que fiquei traumatizada. Embora adore meu nome, detesto que alguém que já tenha trocado palavras por duas vezes – no máximo – comigo, me chame de Luciana. Pode chamar de Lu, fico mais à vontade, é mais fácil, mais curto...

Lembro que uma vez pedi para uma editora, que gosto muito, parar de me chamar de Luciana, porque me dava a sensação de que ela estava brava comigo. Ela achou engraçadíssimo, mas entendeu. No começo, ela me ligava e dizia: “Luciana? Ai, desculpa, é Lu”. E caíamos na risada.

Por conta disso, vivo chamando as pessoas por Cí (Cíntia), Vi ou Vivi (Viviane), Lá (Larissa), Ká (Kátia) e por aí vai. Mas, às vezes, tenho uma sensação de que a pessoa do outro lado da linha – ou do e-mail – não curte muito essa “intimidade” forçada. Afinal, em alguns casos, acabei de conhecer a pessoa, em outros não há uma amizade para tanto.

Eu fico sem graça, mas eu não consigo. É mais forte do que eu. Virou mania, acho. Claro que se percebo que a pessoa insiste em me chamar de Luciana e assinar pelo nome inteiro (mesmo que eu esteja iniciando o e-mail com o tal diminutivo), eu me manco. E óbvio que não faço isso com fontes, ou com pessoas mais velhas, ou com autoridades. Tenho bom senso, afinal.

Mas com o pessoal que costumo ter mais contato, não tem jeito. Será trauma ou mania? Ainda não consegui descobrir. E você tem algum trauma-mania ou alguma mania-trauma? Conte a sua história!

terça-feira, setembro 02, 2008

Presente da Ju

Foto: Alberto Alves

Quando viu a descrição que coloquei no meu perfil do Orkut – “Às vezes cheia, outras minguante, ora crescente e por fim nova!” – Juliana cismou que talvez tivesse visto a expressão em algum poema.

Fiquei curiosa, porque a frase saiu realmente da minha imaginação. Então, pedi que se achasse me mandasse porque eu queria conhecer o tal.

A expressão não era a mesma. Mas ela tinha razão. Há um belíssimo poema de Cecília Meireles sobre a lua. E hoje ela me mandou de presente e eu compartilho com vocês.

Obrigada, Ju!

Lua Adversa

Tenho fases, como a lua.
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua)

No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

Cecília Meireles