quinta-feira, novembro 27, 2008

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Meu avô, cantando Torna Piccina Mia, em minha homenagem, no meu aniversário do ano passado. Última vez que sua voz teve vida.

Este post era para ter sido escrito na segunda-feira (24/11), em homenagem ao meu avô, que faria 81 anos naquele dia. Mas a correria não me deixou fazer isso. Contentei-me em “bater um papo” com ele, sozinha, em casa (não, eu não sou maluca).

Mas eu queria muito fazer a homenagem que planejei desde o dia em que descobri que ele deixou uma marca no mundo mais ou menos como ele queria. E vou fazer isto agora. 

Desde que criaram o “santo” Google, eu – e mais a torcida do Flamengo – tenho mania de colocar meu nome, o de amigos e parentes para ver o que aparece. Há uns meses coloquei o nome do meu avô, Nelson Fuoco, e, para minha surpresa, apareceu um resultado. 

O nome dele consta no Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira. Quando vi isso, as lágrimas não resistiram. Se eu já tinha orgulho dele, agora eu tinha a felicidade de ver que ele deixou uma marca por estas bandas bem ao seu modo. 

Meu avô era cantor. De uma voz belíssima. Era tenor de primeira qualidade. Seu sonho era viver da música, mas, naquela época, nem preciso dizer que seu sonho foi podado. O jeito de se realizar foi participar de corais na igreja e, como bom descendente de italianos, cantarolar Brasil afora músicas italianas em festivais. 

Quando ele estava no palco, seu olhar se iluminava. O som que saía de sua boca tinha vida. Nunca vi alguém resistir à sua cantoria. E ele soltava o gogó onde quer que estivesse. Até Tony Angeli tirou o chapéu para ele certa vez e lhe cedeu o microfone. Orgulho. 

Embora seu nome conste no dicionário por uma participação que fez em um disco e não exatamente porque estivessem falando dele, não importa: sua existência musical está registrada para sempre.

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