sexta-feira, agosto 24, 2007

Gatos: como é fácil parir!


Quem me conhece sabe que sou loucamente apaixonada por felinos. O começo desta longa história de amor eu conto outra hora. Vale, no entanto, saber que minha casa abriga oito destes charmosos companheiros. A trupe, de idades variadas, tamanhos e cores diversas, conta com três machos e cinco fêmeas. Em comum só o fato de serem todos sem raça definida.


Sou completamente a favor da castração por inúmeros motivos, embora minha primeira experiência com ela tenha sido traumática. Mas duas de minhas gatas não são castradas, confesso que por pura distração. Também por pura distração não percebi o cio de uma das minhas pequenas e só me dei conta do ocorrido quando ela não voltou para casa, principalmente na hora do jantar.


Dolores apareceu em casa no dia primeiro de janeiro de 2006. Um grupo de adolescentes sabidos encontrou a filhotinha e foi levá-la justamente na minha porta cheia de gatos, para ver se eu não queria adotar mais um. Naquela época, quatro felinos apenas faziam parte da família e eu estava desolada porque haviam surrupiado meu lindo gato preto. A hora não poderia ser melhor para os adolescentes. E assim Dolores tornou-se a sétima integrante da família, afinal, eu e meu marido também moramos na casa, embora muita gente duvide.


Gatinha pequena e magricela ela se transformou, mas sua voracidade pela comida nada representa seu porte físico. De todos os gatos, ela é a única que come qualquer coisa além da ração. Pode sugerir o que você quiser, tenho certeza que Dolores engoliria em segundos. Esperta, sabe a hora certinha do café-da-manhã, do almoço e do jantar, até aos finais de semana, em que nossos horários mudam completamente. E sempre está a postos, ao nosso lado, esperando o que ela vai ganhar.


Aquele dia ela não apareceu. Nem no outro. No meu desespero convoquei meio mundo para me ajudar a encontrá-la. Sorte é que era feriado e a rua estava cheia de gente, sim, porque em dias normais minha rua conta com quatro vizinhos.


Dolores foi achada em cima de um telhado, toda formosa, sendo disputada por dois gatões. Não podia estar melhor, mas prevendo o que viria a seguir tratei de tirá-la de lá. Ficou trancada no quarto até os “ânimos” abaixarem. Passou, mas ela já tinha feito a festa.


O resultado foi um parto tranqüilo, numa terça-feira de março, às 5hs30 da manhã. Dolores pariu nada menos que seis filhotes com uma sutileza e fresco inacreditáveis. Em sua caixa-maternidade ela se abrigou e soltou um miado diferente, depois ficou quieta. Dali um tempo outro miado e silêncio. Não agüentei e fui ver o que acontecia: já eram dois nascidos. Comecei a observar e percebi que ela miava quando o gatinho começava a sair e parava. Nascido ela limpava seu filho todinho, sem deixar vestígio de placenta ou qualquer coisa melequenta. E assim, a cada vinte minutos, nasceram os seis.


Filhotes espertos já sabiam onde e como mamar. A mãe sabida no mesmo dia já saiu para dar suas voltinhas, comer e ter sua rotina normal. Sabia exatamente quando tinha de voltar à caixa para alimentar seus pequenos, que nunca reclamavam. Hoje, com mais de um mês, a garota sabe fazer suas necessidades sozinha, na caixa de areia. Comer? A mãe entra mia, deita e todos já sabem o que significa.


Diga-me: parir assim não é fácil? Educar assim não é fácil? E sustentar, então? Se eu fosse uma gata viveria tendo filhos....

2 comentários:

  1. Gostei muito do que me contaste. Tenho uma gata e esta gavida e é por isso que vim a este site, blog ou sei la o que é xD

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  2. A gata não se pergunta o quanto é maravilhoso e/ou super trabalhoso ter filhos. Não julga se é ou não boa mãe, tampouco se é ou não boa gata. Um exemplo a ser seguido! Adorei o post!

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