sexta-feira, agosto 24, 2007

Eu torci contra!

Minhas amigas acharão que surtei. Pedirão imediatamente minha interdição. Tudo isso por causa do que agora irei declarar: eu torci contra o conjunto brasileiro de G.R, no Pan 2007. Pronto, falei!


Os mais distantes vão me criticar. Dirão que sou bairrista, corporativista, preconceituosa ou seja lá o que se parecer com isso. Tudo isso porque direi o motivo da torcida contra: a saída obrigada da antiga técnica da seleção brasileira, Bárbara Laffranchi.


O que mais me doeu o coração, ao torcer contra, foi o fato de que, se minha torcida se concretizasse, quem sofreria mais seriam as meninas, que amam tanto o que fazem e se dedicam todos os dias, horas a fio ao treino.


Mas tudo isso é política. E na política, sofre os patamares mais baixos na hierarquia. Neste caso, se a derrota fosse possível, atingiria com força maior as atletas, que nada têm a ver com a podridão da política.


Bárbara Laffranchi transformou a G.R brasileira no que é hoje, com muita luta, muita dedicação, muita sincronia com suas meninas, muito amor e imenso apoio familiar. Isso mesmo. Se a G.R brasileira, o conjunto mais propriamente dito, tem todo este espaço e glória hoje é porque Bárbara e sua família suaram muito a camisa e investiram muito dinheiro. Sim, porque se dependesse da Confederação seria melhor mudar de assunto.


No entanto, a política falou mais alto. E não adiantou todo o movimento, político até, contra. A Confederação manteve a decisão e colocou quem mesmo para treinar a seleção? Ah, não conheço direito.


Eu queria tanto que elas perdessem e isso pudesse mostrar o erro que foi cometido. Mas não perderam. Sabe por quê? Porque as meninas foram e fizeram aquilo que haviam se proposto: executaram perfeitamente a série. Só!


Espanto? Eu explico: a série era mediana, mas os outros países competidores conseguiram ter séries piores e com erros de execução. Nem Cuba, o grande fantasma, tinha uma boa coreografia. Canadá, por sua vez, eu achei a série mil vezes melhor elaborada que a do Brasil, inclusive música e roupa. Mas as meninas cometeram erros.


Agora, também não podemos deixar de lado o fato de que estávamos em casa. Como a “seleção bicampeã Pan-americana” perderia em casa? E não perdeu. E arrisco: não perderia de jeito algum!


Mas esta seleção não é tricampeã. É apenas campeã; uma medíocre campeã, que, infelizmente, será esmagada nos mundiais e Olimpíadas da vida. E o conjunto brasileiro voltará ao limbo do qual Bárbara Laffranchi, junto com suas competentíssimas meninas, o tirou com tanto esforço.


Por enquanto, parabenizo o esforço das meninas, que trabalham duramente todos os dias e não têm nada a ver com política. Essa medalha é só delas e de mais ninguém!


P.S.: Diferente do que muitos podem pensar, não sou contra renovação. Sou contra renovação forçada por egos e política mal feita. Sou contra renovação que troca uma equipe por outra com nível muito inferior. Do jeito que estamos não há chance em competições maiores, com maior número de rivais e com nível técnico altíssimo.


P.P.S.: Cá entre nós para quem já se apresentou ao som de Aquarela do Brasil, Asa Branca e outras tantas músicas mais inteligentes, com mais raiz, em que som, coreografia e roupa estão em perfeita sincronia, acabar com um misto de 3 músicas de Daniela Mercuri, porque a técnica a quer homenagear dizendo que ela é a cara da mulher brasileira...Preciso dizer mais?????

4 comentários:

  1. Concordo plenamente. O conjunto tá muito fraco. Botaram essa Mônica, que acho q é um ótima técnica, mas que não tem cacife pra suportar toda a seleção de gr. As música? Parecem que são sempre as mesmas. Gostei das músicas, mas sempre as mesmas compositoras e intérpretes, não dá!!
    Por isso q foream pras olimpíadas e fizeram o q vimos. Caímos muitas posições que já tinhamos conquistado. Uma pena!

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  2. Pois é, Mariana. Infelizmente, tudo isto é política. Enquanto não mudar isso, quem se dá mal são as ginastas que se dedicam e os amantes do esporte.
    Ao invés de ficarem de picuinha, deviam deixar quem entende do babado comandar a seleção.

    Volte sempre!

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  3. Olha... nunca vi palavras tão sábias num mesmo lugar! Depois que a Bárbara "saiu" da seleção não tenho nem vontade de assistir aos campeonatos, procurar saber da GR no Brasil... Foi com tanto suor que a nossa ginástica conseguiu crescer e a própria CBG está destruindo tudo! É uma pena que isso tudo aconteça por conta de política...
    Vimos logo o resultado das Olimpíadas de Pequim... (porquê o Pan não contou) Uma vergonha né? Acho que quando a gente muda tem que ser pra melhor!
    Quando falo em Seleção Brasileira de GR, falo da seleção que a Bárbara comandou... pra mim nao existe seleção Brasileira de GR atualmete... Só mesmo a lembrança de bons tempo que espero voltar para o bem da GR brasileira! (Antes que estraguem o prestigio que conquistamos internacionalmente, não é mesmo?)

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  4. Concordo plenamente, só mesmo num pais como Brasil uma pessoa importante como ela para o esporte é dispensada, se fosse nos EUA seria venerada!!! Por sinal por onde anda Barbara?

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