segunda-feira, outubro 20, 2008

Um novo ano!

Ontem foi meu aniversário. Fechei um ciclo e comecei outro. O que eu espero deste próximo ano?

- Falar menos e fazer mais;

- Saber me perdoar e me culpar menos;

- Entender que tudo se vai um dia;

- Saber me despedir daquilo que se vai e deixar o caminho livre para o que vem;

- Quero me respeitar mais;

- Sorrir mais;

- Amar mais;

- Plantar, colher, renascer;

- E assim como aprendi a dizer o que sinto, definitivamente, quero aprender a fazer aquilo que acho que deve ser feito, ou dito, na hora. Para viver mais leve, sem arrependimentos.

Quero aproveitar e agradecer a todo mundo que fez um esforço danado para o meu dia ser alegre e feliz. Valeu cada segundo ao lado de vocês: marido, mãe, pai, irmãos e cunhada. Obrigada pelo carinho, foi bom, muito bom. Também foi ótima a ligação da família e dos amigos. Não há nada melhor do que se sentir querida...

E se eu não derramei uma lágrima, foi porque ele me disse que “quem chora no dia do aniversário, chora em todos os outros”. E ele não ia querer me ver chorar para sempre. Pena que o telefone não tocou...

sexta-feira, outubro 17, 2008

Tietagem

Foto: Sérgio Pinto

Hoje vou falar de jornalismo, da profissão que tenho paixão em exercer. E vou contar um fato curioso: eu sou minha tiete.

Não saio por aí falando que escrevo para editora x ou para a revista y. Comento de forma comedida, quando cabe no assunto, quando alguém pergunta ou quando estou dando aula e quero passar um exemplo real.

Mas não saio por aí apontando meus textos impressos, esperando confetes e reconhecimento. Não preciso disso, porque eu já me sinto realizada sozinha, quando vejo meu nominho impresso embaixo de cada título.

Toda vez que uma reportagem minha vai para as ruas eu corro para ver. Vou na banca de jornal e folheio até ver meu nome. E aí fico admirando por uns cinco minutos, olhando como foi diagramada, se alguma parte foi encurtada, alterada. E sinto um prazer enorme, uma alegria inexplicável. É como se um filho meu tivesse acabado de nascer.

O mais engraçado é que isso acontece sempre. Só para terem uma idéia: escrevo uma seção, em uma revista de negócios, há quatro anos e toda vez que uma edição desta revista vai para as bancas, eu corro para ver. E sinto a mesma alegria, como se fosse a minha primeira vez.

E mais: normalmente, as editoras me enviam um exemplar das publicações que escrevo, mas eu gosto mesmo é de esperar ela chegar na banca de jornal e espiar meu nome ali no meio das prateleiras, no meio das outras pessoas.

Ali, no meio de todo mundo, ninguém sabe que fui eu quem escreveu aquelas linhas. Mas eu sei! Esta é minha alegria secreta...

E você, qual sua alegria mais secreta e mais infantil?

quarta-feira, outubro 15, 2008

Aos mestres, com carinho.

Foto: Ricardo André Alves

Venho de uma família de professores. Apaixonados professores. Inesquecíveis professores. Daqueles que não só ensinam as letras ou as teorias, mas indicam a vida, apóiam, educam, amam. Daqueles que são lembrados até hoje.

Também tive a sorte de conviver com professores iguais a estes que perambulavam diariamente pela minha casa. Peças raras e inesquecíveis.

Aprendi a amar o ofício. E, numa época em que a educação está tão depreciada, ensino por amor, por convicção, por paixão.

Lá em casa de meus pais, também se forma mais um professor. Apaixonado e exigente. Assim como tem que ser.

Somos românticos. Acreditamos no saber. Acreditamos naquilo que deveria ser – embora não mais o seja na maioria – o fundamento primeiro das instituições de ensino: a troca de saberes.

Ensino porque não há nada que me deixe mais feliz do que ver nascer a borboleta. Porque não há nada mais que eu acredite além do significado de conduzir alguém por um caminho de descobertas.

E por isso me esforço: para fazer a diferença na vida de alguém, assim como meus pais e meus tios fizeram. Assim como meu irmão se esforça em fazer e meu marido também.

Aos meus mestres mais significativos, aos meus pais, aos meus tios, ao meu irmão, ao meu marido e a todos que amam ou amaram esta profissão: FELIZ DIA DOS PROFESSORES!

segunda-feira, outubro 13, 2008

Dopada!

Eu tinha planejado um final de semana bem bacana. No sábado eu queria dar um pulo em Paraty, para ir ao Festival de Cinema, conhecer a Ita, ganhar meu banquinho, levar o marido ao Che Bar(que eu também não conheço, mas que tenho certeza de que ele adoraria só pelo que a conta e porque, enfim, a inspiração é o Che!)... E, no domingo, eu ia trabalhar mesmo, porque estava cheia de coisas para acertar.

Mas na sexta mesmo eu vi que as coisas não sairiam como o planejado. O que eu não intui foi que elas seriam piores que o esperado.

No final do dia, reparei que minha urina saiu com sangue. Fiquei assustada e comecei a procurar um ginecologista para me atender de última hora. Liguei para todos e só consegui uma mulher, numa clínica, que disse para eu ir lá ver se a “doutora” me atendia. Fui. Esperei 40 minutos e ela decidiu não me atender.

Corri para o pronto atendimento do convênio. O clínico geral me atendeu e disse que eu estava com infecção urinária. Deu um remedinho e pediu exame para o dia seguinte. Fui para casa.

No dia seguinte, sabadão de sol, às 6h da matina, marido teve de me levar às pressas ao hospital. Cólica renal. Sempre ouvi dizer que é a segunda pior dor. E é. Eu sou daquelas que tem dismenorréia nível 4 (cólica menstrual), ou seja, o pior grau. Eu achei que não havia pior dor que essa. Meu gineco sempre brincou dizendo que eu tinha um parto por mês.

Agora, eu digo: prefiro o parto (e olha que nunca tive um, de fato). A cólica renal é insuportável. E olha que só tive de um lado, se eu tivesse dos dois teria desmaiado com certeza. É indescritível a dor.

Fiquei tão dopada de remédio que dormi o final de semana todo. Estou tomando um monte de coisa, meu estômago está em frangalhos, estou trabalhando com o palitinho segurando as pálpebras e a consulta com o urologista já está marcada. Suspeita: pedra no rim.

Agora me diga: com 27 anos isso é possível? Que azarada! Mais azarada ainda porque recentemente fiz uma matéria – em parceria com a queridíssima Yara Achôa – para a revista Viva Saúde, que falava justamente sobre os mitos da quantidade de água a se tomar (para ler clique aqui).

Foi o trabalho mais libertador da minha jovem carreira de jornalista. Sim, porque eu tomo Coca-Cola o dia todo, mas água raramente. Quem ler a reportagem vai entender.

O que eu não esperava é que eu fosse fazer parte das exceções ditas pelos médicos. Eu não podia ser, pelo menos um pouquinho, a regra ao invés da exceção? Adeus Coca querida...

E vocês são exceção em quê?

quinta-feira, outubro 09, 2008

"O importante é que emoções vivi..."

Hoje é o dia que um ciclo se completa, para que outro se inicie. Pelo menos, é o que eu acredito que aconteça nos aniversários.

Para mim, fazer mais um ano de vida é ter a oportunidade de continuar a sua história, de deixar mais um pouco a sua marca.

Hoje, meu pai caminha para um novo ciclo. O início de mais um pouco da história dele, o prazer dados aos outros por poderem compartilhar de sua companhia. Falar dele não é fácil, muito menos simples é transformar em palavras o que sinto. O que posso dizer é que amor e orgulho são palavras pequenas para traduzir a complexidade e grandeza que elas têm.

Meu pai é a pessoa mais honesta que já conheci, o ser mais íntegro que já cruzei. É o cara para quem a família inteira corre na hora da dor. É aquele que acredita – acima de tudo – no ser humano. Meu pai é união.

Ele resolve o problema de todo mundo, sem pedir nada em troca. Perdoa com a mesma facilidade com que diz, obrigado. E, como meu marido bem diz, tem o coração grande, muito grande. Isso, às vezes, traz sofrimento. E ele esconde, porque quer ser forte. Mas é tão sensível quanto honesto.

Tem o abraço mais gostoso do mundo, os conselhos certeiros e a esperteza mais aguçada. Sim, porque ele também sabe levar crédito sobre ações maternas. É cabeça dura e teimoso, mas minha mãe sabe bem como dobrá-lo.

Ele não tinha muito jeito para mostrar o seu amor. E, por isso, tantas vezes brigamos, nos magoamos e choramos. Mas passa. Ele aprendeu e eu também. Hoje, é manteiga derretida – e eu adoro! – e, por isso mesmo, vai ser o melhor avô do mundo.

Hoje, eu queria estar pertinho para dar um abraço apertado e um beijo carinhoso. Mas não posso. Então, esta é minha singela forma de dizer o quanto eu te amo e o quanto você é importante na minha vida.

Quero ver sua carinha serelepe e seu sorriso maroto muitas e muitas vezes pela webcam. Quero ter conversas intermináveis pelo MSN, daquelas que talvez não tivéssemos se fosse ao vivo. Pequenas intimidades, que são só nossas.

FELIZ ANIVERSÁRIO! EU TE AMO INFINITAMENTE...

quinta-feira, outubro 02, 2008

Cansada!

Pessoal, estou de volta!

Lembram que eu falei que aconteceu uma coisa super triste comigo e prometi contar? Na verdade, eu estou é cansada de perder coisas. Desde julho do ano passado que tenho tido de enfrentar perdas. E tenho sentido que as forças para agüentar estas coisas estão se esvaindo. Entende? Ando cansada e triste com isso. E, às vezes, sem forças para dar a volta por cima.

Perdi meu avô tão, tão amado e necessário na minha vida, de forma abrupta e injusta. Perdi minha avó em outro sentido (ela está viva). Perdi dinheiro e tempo. Perdi a confiança em algumas pessoas. Meus animais, para mim, são parte da família. E tenho tido baixas freqüentes.

Domingo, dia 21, outro gatinho meu morreu. Um gatinho super querido, com manias só dele. O pior foi como tudo aconteceu.

Tenho uma cachorra – que mais parece gato – que ama os bichanos. Quando ela está na rua, se algum cachorro se aproxima deles, ela o bota para correr. Domingo, 6h da manhã, eu e meu marido acordamos com a cachorra se matando de tanto latir. Era um latido bravo e desesperado (ela não pula a cerquinha da frente de casa, embora seja bem baixa). De repente, ouvimos o miado do Benedito. Não sei como a gente não se trombou na porta do quarto, porque pulamos da cama no mesmo instante.

Quando chegamos na varanda, um cachorro o carregava pelo cangote. Saí de pijama e meia na rua de terra, molhada de chuva, gritando para o cachorro largar o meu gato. Ele largou. Mas o Benê já tinha ido. De novo, não tivemos chances de socorrer. A Branca saiu desesperada atrás do infeliz, enquanto eu chorava do lado do gato. Na volta ela parou ao meu lado e me deu uma lambida.

Benedito veio para casa quando o vimos numa feirinha da Cobasi. O marido queria um gato grande e lá estava ele. Tinha três meses. Junto trouxemos sua irmã, para não separá-los. Tinha mania de expulsar quem fosse do lugar que ele escolheu para sentar. Deitava em cima dos outros gatos. Criou a Julieta (uma gata que nos adotou) como se fosse filha dele. Posou para a fotógrafa Viviane Pelissari, todo imponente, e saiu em revista de gatos. Todos os dias miava até a gente acabar o café e dar comida para eles. Aos finais de semana, quando podíamos dormir um pouco mais, Benê não deixava. Ele miava na porta do quarto e até abria a porta. Tudo para nos convencer a levantar e alimentá-lo naquela hora.

Agora, a casa está silenciosa.

E eu cansada de ter de lidar com perdas importantes, em tão pouco tempo. E você, anda cansado do quê?