sexta-feira, agosto 22, 2008

Olimpíadas 2008 - Parte 2

Foto: UOL (o link leva não só à foto, mas também à notícia dada pelo portal)

Não sou daquelas que costuma usar a máxima egocêntrica “Eu não disse?”. E não vou usá-la hoje. Mas já era de se esperar o que aconteceu com a Ginástica Rítmica brasileira.

Não nos classificamos para a final. E pior: amargamos o último lugar. Somos a pior equipe de todas que competiram. Detalhe: até das japonesas, que se estabanaram horrores numa troca de aparelhos.

O problema não são as meninas, embora elas tenham menos nível técnico e de habilidade do que a seleção anterior. Mas isso se aprimora, afinal, elas são jovens e inexperientes.

A grande questão é: só existe uma equipe que pode nos fazer ganhar e ela está em Londrina. Antes eu diria que só Bárbara Laffranchi poderia reverter a situação. Não penso mais assim, afinal temos Camila Ferezin. Porém, de alguma forma, Bárbara ainda é fundamental para o esporte e isso afirmo com todas as letras.

Por mais que os políticos do esporte torçam o nariz, eles têm de admitir que a Unopar fez aquilo que era de responsabilidade deles fazer – e não fez. E quando tentou fazer, fez meleca.

Vamos lá: a Unopar montou um centro de GR excepcional. As ginastas da seleção eram mantidas por eles – com ajuda mínima e inexpressiva da Confederação. Ali era possível treinar em pé de igualdade com as meninas do leste europeu, tradicionalíssimas no esporte.

Acrescente a isso a genialidade de Bárbara Laffranchi. Sim, porque ela é genial. E sobre gênios, não há muito o que se explicar, apenas entender que naquela pessoa se concentra tudo o que é preciso de conhecimento, dedicação, amor e insight. Tudo na medida certa. Por enquanto, Bárbara é insuperável. É preciso reconhecer.

A apresentação de hoje estava mais bonita e elaborada. A música também (embora num dado momento, música e elementos se descompassaram). Mas houve ajuda de gente mais experiente. Isso, Bárbara nunca precisou. Pelo contrário, foi Oleg que precisou dela, para apimentar a coreografia com a qual Daiane se consagrou no Mundial. Pois é!

Está claro que a Unopar detém o conhecimento e a estrutura. Se quisermos batalhar por medalha neste esporte é preciso devolver a eles o bastão. E Bárbara fez escola. Quem acompanha o trabalho da GR sabe dos feitos que Camila Ferezin tem conquistado com sua equipe. Por isso digo: devolvam à Unopar o direito de fazer aquilo que só eles sabem fazer: uma seleção brasileira de Ginástica Rítmica de verdade.

Parabéns às meninas que se esforçaram. Isso nunca é em vão...

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Eu chorei!

Foto: UOL (o link leva não só à foto, mas também à notícia dada pelo portal)

Foi impossível conter as lágrimas depois da vitória de Maurren.

Um arrepio dominou o meu corpo e, quando percebi, eu já estava chorando. Depois de tudo o que ela passou, conquistar o pódio máximo é a consagração de todo o esforço e batalha.

Confesso que o choro não foi apenas por compartilhar a emoção que ela sentia. Naquele momento, pela primeira vez, não me envergonhei por não ter lutado para ser quem um dia quis ser. Isso já foi um assunto mal resolvido na minha vida. Hoje, percebi que não é mais.

Minha batalha, agora, é por aquilo que eu sei que quero e que posso ser. Ela está dura. Mas ver superações assim – com todas as dificuldades que sabemos existir – me faz ter certeza de que também posso chegar lá.

E eu vou!

Parabéns para a Maurren e para todas as pessoas que se superam diariamente por aquilo que querem ser, por aquilo que acham que devem ser, ou por alguém – ou algo – que acreditam que valha a pena lutar.


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