
Quando eu era pequena, minha mãe sempre me chamava de Lu ou Luca. Nos momentos mais especiais, ela me chamava de Mona (apelido que só ela me deu, porque eu não conseguia falar Mônica – do Maurício de Souza – e falava Mona e isso faz minha mãe lembrar da minha infância). Mas se o meu moral estivesse baixo, era Luciana. E se a coisa estivesse feia, era Luciana Maria. Aí eu sabia que era o fim, porque minha mãe é muito brava.
Aí acho que fiquei traumatizada. Embora adore meu nome, detesto que alguém que já tenha trocado palavras por duas vezes – no máximo – comigo, me chame de Luciana. Pode chamar de Lu, fico mais à vontade, é mais fácil, mais curto...
Lembro que uma vez pedi para uma editora, que gosto muito, parar de me chamar de Luciana, porque me dava a sensação de que ela estava brava comigo. Ela achou engraçadíssimo, mas entendeu. No começo, ela me ligava e dizia: “Luciana? Ai, desculpa, é Lu”. E caíamos na risada.
Por conta disso, vivo chamando as pessoas por Cí (Cíntia), Vi ou Vivi (Viviane), Lá (Larissa), Ká (Kátia) e por aí vai. Mas, às vezes, tenho uma sensação de que a pessoa do outro lado da linha – ou do e-mail – não curte muito essa “intimidade” forçada. Afinal, em alguns casos, acabei de conhecer a pessoa, em outros não há uma amizade para tanto.
Eu fico sem graça, mas eu não consigo. É mais forte do que eu. Virou mania, acho. Claro que se percebo que a pessoa insiste em me chamar de Luciana e assinar pelo nome inteiro (mesmo que eu esteja iniciando o e-mail com o tal diminutivo), eu me manco. E óbvio que não faço isso com fontes, ou com pessoas mais velhas, ou com autoridades. Tenho bom senso, afinal.
Mas com o pessoal que costumo ter mais contato, não tem jeito. Será trauma ou mania? Ainda não consegui descobrir. E você tem algum trauma-mania ou alguma mania-trauma? Conte a sua história!